quinta-feira, 8 de julho de 2010

Minha alegria, minha dor.


' "Jacob, você me beija?"
Os olhos dele se arregalaram com surpresa, e aí se estreitaram com surpresa. "Você está blefando".
"Me beije, Jacob. Me beije, e depois volte".
Ele hesitou na sombra, cauteloso consigo mesmo. Ele meio que se virou de novo para o oeste, o torax dele se virando pra longe de mim enquanto os pés dele continuavam plantados onde estavam. '

"Você consegue fazer melhor que isso, Bella", ele sussurrou ásperamente. "Você está pensando demais".
Eu estremecí quando os dentes dele morderam o lóbulo da minha orelha.
"Isso mesmo", ele murmurou. "Pelo menos uma vez, deixe-se sentir o que você sente".
Eu balancei a minha cabeça mecanicamente até que uma das mãos dele voltou para o meu cabelo e me parou.
Ainda olhando pra longe, ele deu um passo incerto em minha direção, e depois outro. Ele virou o rosto pra olhar pra mim, os olhos dele estavam duvidosos.
Eu encarei de volta. Eu não fazia de expressão que havia no meu rosto.
Jacob se virou nos calcanhares, e aí se lançou pra frente, fechando a distância que havia entre nós com três passadas longas.
Eu sabia que ele ia tirar vantagem da situação. Eu esperava isso. Eu fiquei muito imóvel - meus olhos fechados, meus dedos dobrados nos punhos aos lados do meu corpo - enquanto ele segurava o meu rosto entre as mãos e os lábios dele encontraram os meus com uma ansiedade que não estava distante da violência.
Eu podia sentir a raiva dele enquanto a boca dele encontrava a minha resistência passiva. Uma mão se moveu para a minha nuca, agarrando as raízes do meu cabelo com o seu punho. A outra mão agarrou o meu ombro com força, me balançando, e depois me trazer pra ele. As mãos dele continuaram a descer pelo meu braço, encontrando o meu pulso e colocando o meu braço ao redor do pescoço dele. Eu o deixei lá, minha mão ainda estava curvada no punho, incerta do quão longe eu iria no meu desespero de mantê-lo vivo.'

A pequena parte do meu cérebro que retinha a sanidade gritava perguntas pra mim.
Porque eu não estava parando isso? Pior que isso, [...]

[...] Pior que isso, porque eu não podia encontrar em mim mesma nem o desejo de querer pará-lo? O que significava eu não querer que ele parasse? Que as minhas mãos estavam agarrando os ombros dele, e que elas gostavam que eles fossem largos e fortes? Que as mãos dele me puxassem com tanta força contra ele, e mesmo assim isso não era o suficiente pra mim?
As perguntas eram estúpidas, porque eu sabia a resposta: eu estive mentindo pra mim mesma.
Jacob estava certo. Ele esteve certo o tempo inteiro. Ele era mais que só meu amigo. Era por isso que era tão impossível dizer adeus a ele - porque eu estava apaixonada por ele. Também. Eu amava ele, muito mais do que eu deveria, e mesmo assim, não era nem de perto o suficiente. Eu estava apaixonada por ele, mas isso não era o suficiente pra mudar tudo; só era o suficiente pra nos machucar ainda mais. Pra magoar mais do que eu já tinha feito.
Eu não me importava pra mais que isso - a dor dele. Eu merecia mais do que qualquer dor que isso causasse pra mim. Eu esperava que fosse ruim. Eu esperava que eu realmente sofresse.
Nesse momento, parecia que éramos a mesma pessoa. A dor dele sempre foi e sempre seria a minha dor - agora a alegria dele era a minha alegria. Eu sentia alegria também, e mesmo assim, a alegria dele de alguma forma também era dor. Quase tangível - ela queimava na minha pele como ácido, uma dor lenta.
Por um segundo breve, sem fim, um caminho interiamente diferente se expandiu atrás das pálpebras dos meus olhos molhados de lágrimas. Como se eu estivesse olhando pra algum compartimento dentro dos pensamentos de Jacob, eu podia ver exatamente as coisas das quais eu abriria mão, exatamente o que esse novo auto-conhecimento não ia me salvar de perder. Eu podia ver Charlie e Renée misturados em uma estranha colagem com Billy e Sam e La Push. Eu podia ver os anos se passando, e significando alguma coisa enquanto passavam, me mudando. Eu podia ver o enorme lobo marrom-avermelhado que eu amava, sempre protetor se eu precisasse dele. Pelo menor fragmento [...]

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